12.3.08


- Dois poemas de Carol Montone -
Voraz
Teu olhar faminto engoliu minhas fomes
Fiquei a mendigar vontades na porta de templos pagãos
Tuas pupilas roubaram minha paz e minha guerra
Emprestei um vestido para guardar a pele, qual fruta descascada amarelada pelo tempo
Feito o papel velho das palavras nunca ditas
A palidez dos versos abortados
O passado escondido no relógio
Enquanto eu guardava pêras maduras no sutiã, para te dar de manhã
&
Abandonaram flores órfans em minha porta
Quis dizer um obrigada
Não pelo gesto
Nem pelo anonimato
Pela existência
De rosasem nossa vacuidade

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